domingo, 6 de novembro de 2011

Chá verde!




Tradição milenar é mantida com consumo de chá verde. Planta combate os radicais livres, que aceleram o envelhecimento.

A plantação de chá verde - bebida mais consumida pelos japoneses - parece um mar verde, com ondas simétricas e perfeitas, que se estendem até onde a vista alcança. Trazido da China há 1300 anos por monges budistas, o chá verde se tornou uma bebida tão ligada à cultura do Japão, que participar da colheita significa uma volta às origens. Para viver essa experiência, eles vestem roupas tradicionais dos colhedores de chá.

Hoje a colheita é feita com máquinas, por isso os arbustos ficam tão uniformes. Mas as pessoas que visitam a maior plantação de chá do país querem reviver um Japão antigo, que não existe mais, buscando as folhas perfeitas uma a uma. Segundo o instrutor do local, só as folhas do topo dos arbustos são colhidas, as que têm um verde mais claro e brilhante. s melhores são as colhidas no começo da temporada, que estão mais macias e saborosas. 

Depois de colhidas, as folhas são levadas para a fábrica, onde são cozidas no vapor e depois secadas. Esse processo precisa ser muito rápido para evitar a oxidação, que faria com que as folhas ficassem escuras como o chá comum. 

As folhas não servem apenas para fazer chá. Em Makinohara, há um almoço feito de chá verde, usado como tempero ou ingrediente principal. É um verdadeiro banquete. Para começar, um tempurá de chá verde, temperado com sal misturado com chá verde. E mais: salada de chá verde; soba, massa típica japonesa feita de trigo sarraceno, que pela cor, não deixa dúvidas que leva chá na preparação; outro tempurá mistura camarão e chá verde; sashimi de atum coberto de chá verde em pó.

Os japoneses bebem chá verde sem açúcar e adoçante. Para quem não está acostumado, pode parecer estranho, mas os gaúchos não vão estranhar - ele parece um pouco o gosto de chimarrão. Várias pesquisas científicas mostram que o chá verde traz benefícios para a saúde. Combate, por exemplo, os radicais livres, que aceleram o envelhecimento. Segundo os japoneses, é uma espécie de fonte da juventude, deliciosa no prato e bela na paisagem.

No verão vale quase tudo para queimar calorias e ficar em forma. E uma boa dieta com exercícios físicos pode ganhar uma ajudinha extra. Um dos aliados mais conhecidos dessa batalha é o chá verde e seus ‘irmãos’, os chás branco e vermelho. Mas eles emagrecem mesmo? É recomendável consumir chás no verão? A bebida gelada tem o mesmo efeito da quente? Existe alguma diferença no preparo? 

A eficácia de bebida já foi comprovada por diversos estudos, como um publicado pelo The American Journal of Clinical Nutrition, que concluiu que a ingestão de chá verde estimula a perda de calorias e a oxidação de gordura e, por isso, tem o potencial para influenciar no peso e na composição corporal das pessoas. 

A nutricionista especializada em fitoterapia, Vanderlí Marchiori, afirma que a bebida pode auxiliar, sim, o emagrecimento, já que seu consumo acelera o metabolismo basal e diminui a deposição das gorduras no organismo - além de diminuir o apetite e facilitar a digestão. Segundo ela, isso acontece porque a bebida é rica em polifenóis, os fitoquímicos responsáveis por queimar a gordura corporal. De acordo com a nutricionista, a bebida também promove a desintoxicação do corpo e estimula o funcionamento do fígado. 

O chá branco, também conhecido com banchá, é extraído da mesma planta que o chá verde, a Camellia sinensis. A diferença é que suas folhas são colhidas mais jovens e, por isso, concentram um maior teor de polifenóis. Por ser colhido precocemente, o chá branco também apresenta um sabor mais agradável e menos amargo que o chá verde. Já o chá vermelho, também derivado da Camellia sinensis, passa por um processo de fermentação antes de ser consumido. Apesar das diferenças, Vanderlí explica que o chá verde, se preparado e consumido corretamente, pode ter uma ação bastante similar ao branco. 

Aliás, é preciso também ficar atento quanto ao preparo do chá verde (leia abaixo algumas dicas) para que ele tenha o efeito desejado. Segundo Vanderlí, a melhor maneira de aproveitar as propriedades do chá é fazê-lo com a própria erva. As versões em saquinho, de lata ou em garrafa possuem, segundo a nutricionista, um baixo teor de fitoquímicos. “São bebidas excelentes para substituir refrigerantes ou sucos em pó, mas não são capazes de auxiliar o emagrecimento ou prevenir doenças”, afirma. A nutricionista também alerta que a quantidade mínima necessária para perceber algum benefício é de quatro xícaras do chá por dia. 

No verão, para que o consumo não seja interrompido ou reduzido, o ideal é preparar o chá e levá-lo à geladeira. “O hábito de beber chá somente quente é de países mais frios. Nada impede o consumo de chá gelados ou fresquinhos, desde que a preparação e o acondicionamento sejam feitos de maneira correta”, diz a nutricionista, que sugere que a bebida seja armazenada em uma jarra de vidro ou de cerâmica, e nunca em plástico ou alumínio, para evitar a contaminação por metais pesados ou outros polímeros que podem ser nocivos à saúde. 

O chá verde ainda pode ser consumido com outras ervas que também ajudam na redução do peso, como carqueja, erva mate, cavalinha e picão, que melhoram a atuação do chá nos rins e no fígado. Já a camomila e a erva-doce podem interferir de maneira negativa na ação da Camelli. 


 Dicas de preparo do chá verde:
Depois de ferver 1 litro de água, espere cinco minutos para adicionar uma colher de sopa de chá verde. Abafar a infusão por dez minutos.
Após este período, coar e, se desejar, manter bebida em geladeira. 
Para dar um sabor diferente à bebida, pode-se acrescentar cascas de abacaxi à água fervente antes de acrescentar o chá verde. Segundo Vanderlí, essa prática suaviza o sabor e potencializa a propriedade digestiva do chá.

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