Tradição milenar
é mantida com consumo de chá verde. Planta combate os radicais livres, que
aceleram o envelhecimento.
A plantação de chá verde - bebida
mais consumida pelos japoneses - parece um mar verde, com ondas simétricas e
perfeitas, que se estendem até onde a vista alcança. Trazido da China há 1300
anos por monges budistas, o chá verde se tornou uma bebida tão ligada à cultura
do Japão, que participar da colheita significa uma volta às origens. Para viver
essa experiência, eles vestem roupas tradicionais dos colhedores de chá.
Hoje a colheita é feita com máquinas,
por isso os arbustos ficam tão uniformes. Mas as pessoas que visitam a maior
plantação de chá do país querem reviver um Japão antigo, que não existe mais,
buscando as folhas perfeitas uma a uma. Segundo o instrutor do local, só as
folhas do topo dos arbustos são colhidas, as que têm um verde mais claro e brilhante.
s melhores são as colhidas no começo da temporada, que estão mais macias e
saborosas.
Depois de colhidas, as folhas são
levadas para a fábrica, onde são cozidas no vapor e depois secadas. Esse
processo precisa ser muito rápido para evitar a oxidação, que faria com que as
folhas ficassem escuras como o chá comum.
As folhas não servem apenas para
fazer chá. Em Makinohara, há um almoço feito de chá verde, usado como tempero
ou ingrediente principal. É um verdadeiro banquete. Para começar, um tempurá de
chá verde, temperado com sal misturado com chá verde. E mais: salada de chá
verde; soba, massa típica japonesa feita de trigo sarraceno, que pela cor, não
deixa dúvidas que leva chá na preparação; outro tempurá mistura camarão e chá
verde; sashimi de atum coberto de chá verde em pó.
Os japoneses bebem chá verde sem
açúcar e adoçante. Para quem não está acostumado, pode parecer estranho, mas os
gaúchos não vão estranhar - ele parece um pouco o gosto de chimarrão. Várias
pesquisas científicas mostram que o chá verde traz benefícios para a saúde.
Combate, por exemplo, os radicais livres, que aceleram o envelhecimento.
Segundo os japoneses, é uma espécie de fonte da juventude, deliciosa no prato e
bela na paisagem.
No verão vale quase tudo para queimar
calorias e ficar em forma. E uma boa dieta com exercícios físicos pode ganhar
uma ajudinha extra. Um dos aliados mais conhecidos dessa batalha é o chá verde
e seus ‘irmãos’, os chás branco e vermelho. Mas eles emagrecem mesmo? É
recomendável consumir chás no verão? A bebida gelada tem o mesmo efeito da
quente? Existe alguma diferença no preparo?
A eficácia de bebida já foi comprovada por
diversos estudos, como um publicado pelo The American Journal of Clinical
Nutrition, que concluiu que a ingestão de chá verde
estimula a perda de calorias e a oxidação de gordura e, por isso, tem o
potencial para influenciar no peso e na composição corporal das pessoas.
A nutricionista especializada em
fitoterapia, Vanderlí Marchiori, afirma que a bebida pode auxiliar, sim, o
emagrecimento, já que seu consumo acelera o metabolismo basal e diminui a
deposição das gorduras no organismo - além de diminuir o apetite e facilitar a
digestão. Segundo ela, isso acontece porque a bebida é rica em polifenóis, os
fitoquímicos responsáveis por queimar a gordura corporal. De acordo com a
nutricionista, a bebida também promove a desintoxicação do corpo e estimula o
funcionamento do fígado.
O chá branco, também conhecido com
banchá, é extraído da mesma planta que o chá verde, a Camellia sinensis. A diferença é que
suas folhas são colhidas mais jovens e, por isso, concentram um maior teor de
polifenóis. Por ser colhido precocemente, o chá branco também apresenta um
sabor mais agradável e menos amargo que o chá verde. Já o chá vermelho, também
derivado da Camellia sinensis, passa por um processo de fermentação antes de
ser consumido. Apesar das diferenças, Vanderlí explica que o chá verde, se
preparado e consumido corretamente, pode ter uma ação bastante similar ao
branco.
Aliás, é preciso também ficar atento
quanto ao preparo do chá verde (leia abaixo algumas dicas) para que ele tenha o efeito desejado. Segundo Vanderlí, a
melhor maneira de aproveitar as propriedades do chá é fazê-lo com a própria
erva. As versões em saquinho, de lata ou em garrafa possuem, segundo a
nutricionista, um baixo teor de fitoquímicos. “São bebidas excelentes para
substituir refrigerantes ou sucos em pó, mas não são capazes de auxiliar o
emagrecimento ou prevenir doenças”, afirma. A nutricionista também alerta que a
quantidade mínima necessária para perceber algum benefício é de quatro xícaras
do chá por dia.
No verão, para que o consumo não seja
interrompido ou reduzido, o ideal é preparar o chá e levá-lo à geladeira. “O
hábito de beber chá somente quente é de países mais frios. Nada impede o
consumo de chá gelados ou fresquinhos, desde que a preparação e o
acondicionamento sejam feitos de maneira correta”, diz a nutricionista, que
sugere que a bebida seja armazenada em uma jarra de vidro ou de cerâmica, e
nunca em plástico ou alumínio, para evitar a contaminação por metais pesados ou
outros polímeros que podem ser nocivos à saúde.
O chá verde ainda pode ser consumido com
outras ervas que também ajudam na redução do peso, como carqueja, erva mate,
cavalinha e picão, que melhoram a atuação do chá nos rins e no fígado. Já a
camomila e a erva-doce podem interferir de maneira negativa na ação da Camelli.
Dicas de preparo do chá verde:
Depois de ferver 1 litro de água, espere cinco minutos para
adicionar uma colher de sopa de chá verde. Abafar a infusão por dez minutos.
Após este período, coar e, se desejar, manter
bebida em geladeira.
Para dar um sabor diferente à bebida, pode-se
acrescentar cascas de abacaxi à água fervente antes de acrescentar o chá verde.
Segundo Vanderlí, essa prática suaviza o sabor e potencializa a propriedade
digestiva do chá.